sexta-feira, 31 de julho de 2009

Parte I - O Ato de Escrever: Vai é comer feijão.

Escrever é coisa de bicha, pra começo de conversa. Uma boa técnica dissertativa é questionar eventos e fatos relevantes ao contexto socio-economico-cultural do momento. Uma técnica melhor ainda é questionar assuntos irrelevantes na vida de qualquer ser respirante sobre a crosta terrestre. Isso não se aplica aos seres respirantes da litosfera pra baixo. Claro, para baixo até chegar na outra crosta, né, porra.

De qualquer forma, aqui está uma introdução - nem foi tão difícil. Precisamos daquela pergunta, ainda; incorporemos o espírito de qualquer usuário de toga com um nome peculiar e façamos perguntas retóricas e inquestionáveis, tais quais: "Como, em um mundo onde o bacon é uma realidade acessível a grandes populações, vegetarianos de fato existem?". Ou ainda, adotando o espírito anglo-dinamarquês hamletiano (bem gay, diga-se de passagem), podemos estilizar as supracitadas orações da seguinte forma: "Ó, como, em um mundo onde o bacon é uma realidade acessível a grandes populações, vegetarianos de fato existem?". Reparem a partícula vocativa no início da sentença. Foda, heim?

No terceiro parágrafo, aqui mesmo, teoricamente vem o desenvolvimento das idéias apresentadas na introdução - UI -, ou, no nosso caso de agora, a resposta para a pergunta apresentada. É interessante, agora, fazer uma citação de qualquer vagabundo, ou pensador (ou qualquer nome inventado) cuja terminação seja -vski. Isso causa um efeito de intelectualidade. Não se preocupe em responder a questão apresentada com esta citação, isso não importa. A real intenção é causar mais dúvida, pois você, escritor, é foda e menospreza quaisquer vermes rastejantes na fossa da ignorância que possam vir a ler seus escritos.

Aqui chamamos conclusão. É o lugar onde você teoricamente junta as idéias e propõe soluções para problemas que os suecos chamam "llandsproblem". Ou seja, problemas tolos como não saber se você pede um bife ou macarrão num restaurante. Muitos casais terminam dessa forma. Sério mesmo - ninguém se divorcia em Serra Leoa, e talvez porque lá não tenha nem bife, nem macarrão. Só feto.
Em suma, problemas que a classe média cria para si para poder manter a noz craniana ocupada entre uma compra e uma quebra de decoro ao fazer referência aos menos abastados.

Obviamente, jamais deve-se fazer uso de neologismos, licença-poética ou mesmo valer-se de sarcasmo - podem não entender e você, autor fodão, encontrar-se-á em situações desagradáveis passando-se por bocó.

Mesóclises não são permitidas, e toda e qualquer subversão será castigada.

quinta-feira, 30 de julho de 2009

Parte I - O Ato de escrever: A Calabresa e O Nada

Nós vamos escrever um blog. Nós vamos. Escrever. Um blog.

Eu nunca soube como escrever. Até hoje não sei. Como começar? Por onde começar? Por onde terminar? Como terminar? Poema? Romance? Literatura de vanguarda? Ordem cronológica? Ordem irregular? Sempre invejei pra caralho quem soubesse desenvolver uma ideia por escrito de uma forma não só legível, mas também prazerosa de se percorrer. Então. Já disse que não sei escrever? Acho que já. Então próximo ponto.

Escrever é uma arte. A arte da literatura. Qual o propósito de escrever? Bom, pra chegarmos a essa resposta, precisamos entender primeiro o propósito da arte em geral. No meu ponto de vista, a arte é uma expressão de um sentimento humano através de um meio com fins de causar uma reação em um público ou no próprio artista. Ou seja, você quer mostrar provar ao mundo que existe, que pensa, que sente. e a literatura é um desses meios pelo qual você pode se expressar.

''Mas, caríssimo Diego'', vocês haverão de me perguntar, ''por que diabos você está escrevendo para um blog que ninguém vai ler?''. ''Não sei'', haverei de responder. Então não me perguntem a utilidade disso. Talvez seja um refúgio para três mentes psicologicamente afetadas - Otávio, Henry e eu. É como se fosse uma psicoterapia sem precisar pagar uma fortuna.

Mas o tema é o ato de escrever, então vou falar sobre uma das técnicas que eu mais gosto dentro desse mundo das palavras: o ''stream-of-consciousness''. O stream of consciousness é simples: é o que se passa na cabecinha do autor ou personagem. Um fluxo de cosciência. Sendo mais prático: imagine os seus pensamentos escritos. Por exemplo, vou tentar imaginar o seu fluxo de consciência agora: ''Hum, esse idiota falando de uma coisa que eu não quero nem saber, que merda. Não quero ler isso, quero me masturbar. Cadê a janela do RedTube? Aaah, agora sim!''. É uma corrente de diferentes pensamentos interligados por pontos em comum. Coisa moderna.

E a tal da inspiração? De onde tirar? Uma coisa interessante é que às vezes vem a merda inteira na sua cabeça sem nenhum esforço, às vezes você precisa de muito esforço pra fazer algo legal, às vezes ela não vem e ponto final. É o fenômeno do ''writer's block'', ou bloqueio do escritor, como vocês viram no filme ''The Shining'' do Kubrick. Outra coisa não tão interessante é que eu não sou escritor e tenho writer's block eterno. Merda. Olhando pelo lado bom, pelo menos algo de escritor eu tenho...

O que concluímos então com tudo isso? Um: que eu sou um lixo de escritor. Dois: que ninguém vai ler esse blog. Três: que eu não mudei a sua vida. Quatro: que você não concluiu nada com isso tudo.

Sendo assim, vou contar a minha teoria sobre a pizza de mussarela. A pizza de mussarela deveria se chamar pizza de nada. Pense bem: A pizza de calabresa leva calabresa e mussarela, mas só é chamada de pizza de calabresa. A pizza de atum leva atum e mussarela mas só é chamada de pizza de atum. Logo, a calabresa e o atum são o SER e a mussarela é o NADA. Engole essa, Jean-Paul Sartre. Inaugura-se um novo ramo da filosofia: a o existencialismo culinário. Percebi isso enquanto estava num rodízio em que as seis pessoas à minha esquerda discutiam bebidas baladas e as seis à esquerda discutiam sobre amigos e namorados.

Volta, então, à tona aquela pergunta do Otávio:

(texto adaptado)

-Tu desenha também? Porra, Diego, o que tu não faz?
-Sexo.